Nosso Senhor disse:"Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome, Ele vos concederá". Jamais teríamos pensado em pedir a Deus seu próprio Filho. Mas aquilo que o homem não poderia imaginar, Deus o fez. Aquilo que o homem não pode dizer nem conceber, e que nunca se atreveria a desejar, Deus nos seu amor, disse-o, concebeu-o e executou-o. Ousaríamos nós jamais dizer a Deus que fizesse morrer seu Filho por nós, que nos desse sua carne a comer e seu sangue a beber? Se tudo isso não fosse verdadeiro, o homem poderia então imaginar coisas que Deus não pode fazer; teria ido mais longe que Deus nas invenções do amor?... Não é possível.
Sem a divina Eucaristia, não haveria felicidade neste mundo, a vida não seria suportável. Quando recebemos a sagrada comunhão, recebemos a nossa alegria e a nossa felicidade.
O bom Deus, querendo dar-se a nós no sacramento do seu amor, deu-nos um desejo vasto e grande que só Ele pode satisfazer... Ao lado deste belo sacramento nós somos como uma pessoa que morre de sede ao lado dum córrego; entretanto, teria só que curvar a cabeça!... Como uma pessoa que fica pobre ao lado dum tesouro; entretanto teria só que estender a mão!
Aquele que comunga perde-se em Deus como uma gota d'água no Oceano. Não se pode mais separá-los. Se pensássemos bem nisto, haveria razão para nos perdermos pela eternidade nesse abismo de amor!...
No dia do juízo ver-se-á brilhar a carne de Nosso Senhor, através do corpo glorificado daqueles que o tiverem recebido dignamente na terra, como se vê brilhar ouro em cobre ou prata em chumbo.
Quando acabamos de comungar, se alguém nos dissesse: "Que é que levais convosco para casa?" poderíamos responder: "Levo o céu". Um santo dizia que nós éramos uns Porta-Deuses. É bem verdade, mas nós não temos bastante fé. Não compreendemos a nossa dignidade. Saindo da mesa santa, somos tão felizes quanto os magos, se pudessem ter levado consigo o Menino Jesus.
Tomai um vaso cheio de licor e tampai-o bem: conservareis o licor enquanto quiserdes. Assim também, se conservásseis bem Nosso Senhor no recolhimento, depois da comunhão, sentiríeis por muito tempo esse fogo devorador que inspiraria ao vosso coração um pendor para o bem e uma repugnância para o mal.
Quando temos a Deus em nosso coração, deve este ficar bem ardente. O coração dos discípulos de Emaús ardia só de ouvi-Lo.
Não gosto, quando alguém vem da mesa sagrada que se ponha imediatamente a ler. Oh! não; de que serve a palavra dos homens quando é Deus que fala? ... Deve-se fazer como alguém que é bem curioso e que escuta às portas. Deve-se escutar tudo o que o bom Deus diz à porta do nosso coração.
Quando haveis recebido a Nosso Senhor, sentis vossa alma purificada, que se banha no amor de Deus.
Quando se faz a sagrada comunhão, sente-se qualquer coisa de extraordinário, um bem-estar que percorre todo o corpo, e se espalha até às extremidades. Que é este bem-estar? É Nosso Senhor que se comunica a todas as partes do nosso corpo e as faz palpitar. Somos obrigados a dizer, como São João: "É o Senhor!" Os que não sentem completamente nada são bem para lastimar!...
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