A oblação do altar reproduz e renova a imolação do Calvário para perpetuar a sua recordação e nos aplicar os seus frutos.
Daríamos tudo para ter estado ao pé da Cruz com a Virgem Maria, São João e Maria Madalena!
Durante a Santa Missa devemos unir-nos a Cristo, mas a Cristo imolado. Já tivemos ocasião de provar que na Missa temos Jesus ressuscitado, glorioso, impassível e imortal. Mas vimos outrossim que ali está Cristo imolado, segundo a expressão do Espírito Santo no Apocalipse V, 6: "Agnus tanquam occisus", isto é, O Cordeiro Vivo mas como se estivesse imolado. Em outras palavras: temos o Cordeiro oferecido como vítima; e é ao Seu sacrifício que Jesus nos quer associar.
"Vede depois da consagração" - diz D. Marmion - "o sacerdote, apoiando as mãos juntas no altar (gesto que significa a união do sacerdote e de todos os fiéis com o sacrifício de Cristo), faz esta oração: 'Nós Vos suplicamos, Deus todo-poderoso, que ordeneis que todas estas coisas sejam levadas ao Vosso altar sublime, à presença da Vossa divina Majestade'.
"A Igreja põe aqui em relação dois altares: o da terra e o do céu; não porque no santuário dos céus haja um altar material; mas é que a Igreja quer indicar que há só um sacrifício: a imolação que misticamente se realiza na terra é uma só com a oblação que Jesus Cristo, nosso Pontífice, faz de Si mesmo no seio do Pai, a quem oferece por nós as satisfações da Sua Paixão. 'Estas coisas, diz Bossuet, são na verdade o corpo e o sangue de Jesus, mas são este corpo e este sangue com todos nós, com nossos votos e orações e tudo isto junto forma uma mesma oblação'.
"Assim, neste momento solene, somos introduzidos "no Santuário da Divindade"; mas somo-lo por Jesus e com Ele; e ali, diante da Majestade infinita, na presença de toda a corte celestial, somos apresentados com Cristo ao Pai para que o Pai 'nos cumule de todas as graças e bênçãos celestes'.
"Oh! Se a nossa fé fosse viva, com que respeito assistiríamos a este Santo Sacrifício! Com que cuidado procuraríamos purificar-nos de qualquer mancha, a fim de sermos menos indignos de entrar, após o nosso chefe, no Santo dos Santos, para ali sermos, com Cristo, 'hóstia viva'! Como muito bem diz São Gregório, Jesus Cristo só será nossa hóstia quando nos oferecermos a nós mesmos, para participarmos, pela nossa generosidade e pelos nossos sacrifícios, na Sua vida de imolação.
No próximo post, se Deus quiser falaremos da Comunhão.
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