"A oração profunda é um contato íntimo da alma com Deus. Mas quem poderá ensinar ao homem, tão rude e material, a delicadeza requerida para tratar intimamente com o Rei do céu e da terra? Não haverá nunca cerimonial nem livro devoto capaz de regular dignamente as relações íntimas de amizade entre o Criador e a criatura. Mas há um Mestre cuja competência é plenamente adequada a esse fim e cujo ensinamento está ao alcance de toda a alma cristã.
Este Mestre é o Espírito Santo: 'O Espírito ajuda também a nossa fraqueza, porque não sabemos o que havemos de pedir como convém; mas o mesmo Espírito ora por nós com gemidos inexplicáveis' (Rom. 8, 26). Realidade consoladora para a alma que tem o sentido da sua impotência e da sua incapacidade para tratar com Deus, para a alma que sente a necessidade de uma oração proporcionada à bondade infinita daquele Deus que nos amou até Se fazer um de nós e, ao mesmo tempo, adequada à soberana majestade, à transcendência infinita do Altíssimo. E eis que o Espírito Santo alterna na alma sentimentos de plena confiança e de profunda adoração, de amizade amorosa e de reconhecimento da suprema grandeza de Deus. O Espírito Santo repete em nós: Pai, e ainda: Vós somente sois o Santo, o Senhor, o Altíssimo'. Mesmo quando estamos na aridez, quando o coração está frio e a mente obscurecida, o Espírito Santo ora em nós e podemos oferecer sempre a Deus a Sua oração. Esta é a oração mais verdadeira, mais preciosa, que será certamente ouvida, porque o Espírito Santo não pode inspirar-nos sentimentos e desejos contrários ao beneplácito divino, mas 'pede segundo Deus' (Ib. 27). (P. Gabriel de Sta M. Madalena, O.C. D. - INTIMIDADE DIVINA).
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